segunda-feira, 3 de agosto de 2009

PROVÉRBIOS DO EVANGELHO!‏

Neste texto quando eu aludir a Consciente, referir-me-ei ao homem sensato; e quando falar do Tolo..., estarei falando do Insensato ou do Simples em sua ingenuidade patológica ou deliberada em razão de processos de auto-engano.
1. O Consciente ouve toda verdadeira repreensão com temor grato, mas o Tolo sente-se ofendido por cada verdade que poderia ajudá-lo.
2. O Consciente sente todas as dores deste mundo e com elas lava-se em doçuras, mas o Tolo extrai da dor apenas a amargura.
3. O Consciente foge de toda luta que não seja pela vida, mas o Tolo faz de toda discordância uma questão de salvação do mundo.
4. O Consciente sente para si e medita com paciência cada coisa, mas o Tolo levanta-se e age conforme o primeiro impulso.
5. O Consciente ama a todos, mas o Tolo fica amigo de qualquer um que o trate bem naquela hora.
6. O Consciente sabe que amizade é um trabalho de tecimento e tecelagem, mas o Tolo acha que uma boa bebedeira faz amigos.
7. O Consciente vive e deixa viver, embora não negocie seus princípios jamais; mas o Tolo sente a obrigação de se impor sobre todos os diferentes.
8. O Consciente faz o bem e se esquece, mas o Tolo o conta como currículo.
9. O Consciente vive muito e fala pouco acerca de tudo o que já viu, mas para o Tolo toda primeira descoberta o torna o senhor de todos os saberes.
10. O Consciente ama a todos, até aqueles de quem não goste; mas o Tolo ama apenas os que lhe agradam com consentimentos, e desgosta-se de todos os que não sejam como ele.
11. O Consciente vê em cada outro humano um altar, mas o Tolo somente vê altares em lugares onde tijolos e pedras tenham sido erguidos.
12. O Consciente sente a espera da Volta do Filho do homem todos os dias, mas o Tolo crê que poderá prever alguma coisa.
13. O Consciente vê o mal e dele foge; mas o Tolo acha que é domador de demônios.
14. O Consciente sabe que a cada semente corresponde seu próprio fruto, mas o Tolo crê que pode semear uma natureza e colher outra.
15. O Consciente leva em consideração cada acusação que recebe e nelas medita, pois crê que delas possa tirar algum proveito, ainda que em silêncio; mas o Tolo perde a chance de se enxergar até nos exageros dos que o acusem.
16. O Consciente sabe que sua melhor certeza ainda é parcial, mas o Tolo julga ter atingido o discernimento pleno.
17. O Consciente pode esperar o tempo certo, mas o Tolo nunca perde uma oportunidade de ventar os seus impulsos e precipitações.
18. O Consciente sabe que somente o trabalho contínuo e perseverante estabelece a credibilidade, mas o Tolo quer se tornar sábio e respeitado da noite para o dia.
19. O Consciente é tentado e não se julga forte para dialogar com a tentação, mas o Tolo a leva para casa e lhe serve chá, julgando que poderá educá-la.
20. O Consciente sabe que seu pior diabo é a sua cobiça, mas o Tolo atribui ao Diabo externo todas as culpas.
21. O Consciente pode morrer sozinho, mas se saberá acompanhado e dignificado pela presença de anjos, mas o Tolo quer ter um cerimonial até para morrer.
22. O Consciente se satisfaz com a serenidade de seu ser, mas o Tolo somente é feliz se não houver nele nenhuma serenidade.
23. O Consciente não se obriga pelos caprichos de nenhuma maioria, mas o Tolo somente anda conforme os ditames majoritários.
24. O Consciente mede e discerne o peso de sua importância na vida, mas sabe que ela sempre será relativa; porém o Tolo julga que sem ele tudo o que foi feito não permanecerá.
25. O Consciente confia no vento e no seu poder incontrolável de espalhar sementes, mas o Tolo acha que se ele não industrializar o plantio..., sua existência não será produtiva.
26. O Consciente vive pela fé; o Tolo, porém, vive do que ele ache que possa controlar ou manipular.
27. O Consciente nunca não vai com a cara de alguém apenas por não ir, mas o Tolo desgosta de tudo e todos que lhe pareçam concorrência.
28. O Consciente sabe que deve amar a todos, embora tenha o privilégio de gostar de muitos; mas para o Tolo amor só se deve ter por quem se gosta pela concordância.
29. O Consciente sabe que toda vingança aumenta o mal muitas vezes mais, e, por isto, nunca recorre a ela; mas o Tolo prefere acabar o mundo a não vazar seu ódio como vingança.
30. O Consciente somente gosta de ganhar em parceria, mas o Tolo quer sempre ganhar sozinho.
31. O Consciente vive para fazer fácil a vida, mas o Tolo ama as complexidades.
32. O caminho do Consciente fica dia a dia mais simples, mas o caminho do Tolo vai se tornando um labirinto.
33. O Consciente cresce em todas as tribulações, mas o Tolo lamuria e cresce em desconfiança em cada uma delas.
34. O Consciente transforma traumas em lições, mas o Tolo os alimenta como álibis.
35. O Consciente não despreza nada e a tudo pondera, mas o Tolo elege as suas fontes.
36. O Consciente não vê em ninguém um competidor, mas apenas mais um auxilio; o Tolo, porém, vê em cada outro dom uma ameaça à sua vida e pregresso.
37. O Consciente foge da justiça dos homens, e busca conciliação pacifica; mas o Tolo ama os tribunais.
38. O Consciente aposta no trabalho, mas o Tolo aposta no jogo.
39. A Conquista do Consciente permanece, posto que seja de natureza espiritual, e, portanto, não passageira; mas o ganho miraculoso do Tolo desvanece-se antes do proveito.
40. O Consciente ama a simplicidade dos simples e a calma dos idosos, mas o Tolo apenas dá atenção ao que lhe possa auferir ganhos de alguma forma no instante.
41. O Consciente ama o mandamento da Vida, mas o Tolo acha tudo uma obrigação.
42. O Consciente busca renovar-se todos os dias, mas o Tolo busca adaptar-se todos os dias.
43. O Consciente crescerá em consciência...
44. O Tolo viciar-se-á em seus modos, e neles morrerá...; a menos que se converta à verdade que liberta a mente para aprender a sabedoria.

Nele, Jesus, de Quem aprendi que todas as coisas acima são Provérbios da Vida no Evangelho, deixo estes pequenos provérbios a fim de ajudar a simplificar o seu entendimento quanto ao fato de que a vida é conforme a semente,

sábado, 15 de novembro de 2008

MAIS UM DIA PARA SE VIVER O PARADOXO!

ste é mais um dia na Terra. Li os jornais da manhã. O mundo continua o mesmo: em franco processo de auto-destruição. O ecossistema está dando claros sinais de colapso. Você sabia que uma das maiores bênçãos de Deus na natureza é o gelo? A água é o único liquido que em estado sólido se torna mais leva do quem em seu estado original: líquido. O gelo é mais leve que a água. É por isso que os mares não ficam pedrados, impossibilitando a vida. O problema é que até isto está começando a mudar com o “efeito estufa”. A natureza geme. Nós também gememos, aguardando a adoção de filhos. Nós que somos as primícias do Espírito Santo, dizemos: Aba, Pai. E também: Maranata! Enquanto isto, devemos conciliar Mateus 24 e 25. Em Mateus 24 a gente vê a História em seu processo suicida. Em Mateus 25 a gente vê que no Fim da História o pior juízo divino vem contra a omissão de quem viu, soube, e nada fez. “Quando, Senhor?”—é a pergunta dos omissos. “Sempre que deixastes de fazer...”—é a resposta do Senhor. Estamos aqui para constatar e para lutar contra. De um lado queremos que o Senhor volte. De outro, somos estimulados pelo Senhor a não ficarmos de braços cruzados aguardando o Fim. Assim, mais uma vez, a fé faz sua síntese no Paradoxo. Paradoxo é o nome daquilo que na Palavra significa Equilíbrio. Nosso equilíbrio está na experiência do paradoxo.

O MILAGRE DE CADA BOM ENCONTRO

Encontros são milagres ou são macumbas — milagres quando os sentimos bons, e macumbas quando os sentimos maus.



Quase ninguém pensa no milagre do encontro. Entretanto, num mundo imenso para nós, cada vez maior nas quantidades, cada vez menor nos espaços, em meio a tantos bilhões de variáveis, nas quais átimos de volição ou impulso podem mudar montanhas ou fazê-las sumirem na cratera do esquecimento ou da não-percepção.



Um encontro errado, uma pessoa errada, uma iniciação errada, um amigo errado, um dia mal, uma decisão equivocada, uma conseqüência inapelável, uma existência convertida em outra, um outro sentir, um outro ver-se a si mesmo, um outro ver-se no olhar dos outros, uma outra definição de si mesmo perante o mundo, uma outra postura, talvez agressiva, talvez passiva; enfim... — um outro produto humano como variável de uma matriz original de infindas alternativas.



A liberdade do homem reside na sua ignorância das infindas alternativas.



O homem é livre de saber, pois, saber lhe seria a angustia insuportável tomando-o por todos os lados.



Quando eu era menino deseja conhecer um ladrão. Aí pelos meus sete anos apareceu um ladrão roubando no escritório de meu pai; à época advogado.



Papai havia me dito que se pegassem o larapio eu iria conhecer um ladrão.



Pegaram-no. Nós fomos. Era um domingo à tarde. À porta do escritório meu pai pediu que eu esperasse no carro. Ele queria sondar o terreno. Minutos depois voltou lívido. Disse-me que o ladrão ficaria para outro dia...



Não aceitei. Ele sempre mantinha a palavra.



Então ele me disse que não me levaria até lá, mas que me diria quem era; tão somente eu guardasse segredo para sempre. Prometi. Ele sabia que eu guardava. Ele me treinara e educara para isso também.



— Meu filho, o ladrão é nosso amigo. É filho de minha comadre. É seu amigo de bola e de estádio aos domingos. É o fulano... Mas para que ele não fique envergonhado de saber que você sabe, não iremos lá; e você nunca o deixará saber que sabe; e vai tratá-lo como se não soubesse. Não é ladrão; apenas roubou.



Mas e se a atitude de papai fosse outra; e se divulgasse; e se chamasse a polícia; e se me deixasse ver; e se... — o que teria sido do moço; ou de mim; ou de todos nós? Uma resvalada; e tudo muda para sempre.



Uma pessoa toma uma decisão de visitar amigos, gosta do lugar, muda para lá, e encontra alguém que muda a sua vida. Mas o que a tirou de casa foi uma delicadeza para com um amigo que insistia e pedia uma visita.



Uma disputa entre amigos em razão de uma banalidade faz um rapaz e uma moça se encontrarem, e, mesmo sem amor para tal, casarem-se. E suas vidas nunca mais poderem ser outra coisa.



Um encontro. Um ato impensado. Um filho. E um destino radicalmente alterado.



Uma decisão: “Desço ou não do ônibus aqui nesta parada?” — e a vida da pessoa pode mudar para sempre; pois, nesta hipótese, a mulher que desce do ônibus tropeça na descida, e cai nos braços de um homem que a ampara daí pra sempre.



Assim, um dia, saberemos por quantos atos milagrosos fomos feitos e fomos salvos.



Entretanto, é bom se veja e que se busque entender cada instante-milagre que nos acomete.



Um segundo a mais... — e ele, ela, teriam virado a esquina para além do alcance de nosso olhar...



Tudo é co-incidência: incide junto.



Quase tudo em nossa vida é feito de “acasos” carregados de “desígnios”; e se desígnios não tivessem, mistério, todavia, não lhes faltaria; pois é como é possível que um segundo antes ou depois nos roubassem a oportunidade daquilo que passou a ser o resto-todo de nossas existências?



Assim, encontro é milagre, até quando é um mijagre.



Pense nisso!

TESOUROS EM VASO DE BARRO

Deus decidiu guardar Seus tesouros em recipientes muito fracos. Por isso temos nosso tesouro em vasos de barro — que somos nós mesmos —, para que a excelência do poder seja de Deus, e nunca nossa.

O poder de Deus sempre se aperfeiçoa na nossa fraqueza, pois, do contrário, certamente ficaríamos arrogantes.

Por essa razão é que em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos.

Assim caminhamos, sempre trazendo no nosso corpo o morrer, para que também a vida de Jesus se manifeste em nós.

Isso porque nós, que vivemos pela fé em Cristo, estamos sempre entregues à morte por amor a Jesus e para crescermos em Sua Graça.

Ora, isso também acontece a fim de que a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal, que só pode experimentar vida tão mais excelente se nossa animalidade mais básica for sempre relativizada.

E se desejamos muito ser instrumentos de Deus — também pura obra da Graça —, ainda mais teremos que conhecer o caminho da fraqueza, a fim de que discirnamos nossos próprios corações.

Por essa razão é que aquele que é visto como alguém que edifica outros, mais profundamente conhecerá a operação da morte para que outros possam experimentar a vida.

As dores de uns são as sabedorias de Graça que trarão vida a outros.

Ora, o espírito de nossa fé é simples, e manifesta-se conforme está escrito: "Eu cri, por isso falei!"

Também nós cremos, por isso também falamos!

Mas fazemos isto sabendo que Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará com Ele — sim, a todos nós!

Desse modo, sendo já herdeiros de todas as coisas, mesmo que existindo em fraqueza, devemos saber que todas as coisas existem por amor a nós.

Somente pessoas conscientes de sua própria fraqueza podem experimentar esse privilégio como gratidão, e nunca como arrogância. E tal consciência não se jacta como se isso fosse uma conquista individual e pessoal. Essa Graça está sobre muitos.

Isto para que a Graça, multiplicada por meio da vida e dons de muitos, faça abundar muita gratidão entre os homens para a Glória de Deus.

É por essa razão que não desfalecemos nunca. Mesmo quando vemos o nosso “homem exterior” se consumindo, pois sabemos que existe uma contrapartida. Afinal, na mesma proporção, o nosso “homem interior” se renova de dia em dia.

Dito isso, quero apenas recordar que não somos filhos da animalidade. Temos um tesouro eterno habitando em nossa fraqueza.

Ora, tal consciência gera muita paz. Afinal, sabemos que a nossa tribulação na terra é leve e momentânea, mas produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória.

Dessa forma, devemos andar pela fé. Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas sim nas que se não vêem.

As coisas que pertencem aos sentidos — as que se vêem — são temporais, enquanto as que se não vêem são eternas.

Quem tem essa consciência em fé já não se queixa. Tampouco julga que o vaso seja importante. Afinal, o vaso é de barro, tirado do pó — e ao pó voltará! Mas o tesouro, esse sim, é eterno. E já nos habita como santa contradição da Graça, embora seus portadores sejam sempre expostos à fraqueza.

Essa é a fé que permite celebrar a Graça e a Vida com saúde. E nunca se gloriar do que possui, pois, de fato, não possui; apenas carrega!